Este blogue é um espaço de partilha, de promoção de experiências para que continuemos a caminhar fortes, neste percurso da educação de Infância



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quinta-feira, 26 de maio de 2011



Amar e educar
“Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo, se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Segundo Wallon, o sincretismo caracteriza-se pela globalização e confusão do pensamento infantil que se encontra dominado pelo concreto e se utiliza de pares, um elemento identificável e um outro que o complemente.
                                                                                                          Postado por Rosa Martino

Os quatro pilares de uma educação para o século XXI e suas implicações na prática pedagógica
Zuleide Blanco Rodrigues*
O livro Educação: um Tesouro a Descobrir, sob a coordenação de Jacques Delors, aborda de forma bastante didática e com muita propriedade os quatro pilares de uma educação para o século XXI, associando-os e identificando-os com algumas máximas da Pedagogia prospectiva, e subsidia o trabalho de pessoas comprometidas a buscar uma educação de qualidade. Diz o texto na página 89: “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele”.
Segundo Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.
Os pilares são quatro, e os saberes e competências a se adquirir são apresentados, aparentemente, divididos. Essas quatro vias não podem, no entanto, dissociar-se por estarem imbricadas, constituindo interação com o fim único de uma formação holística do indivíduo.
Jacques Delors (1998) aponta como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
A seguir, é apresentada uma síntese dos quatro pilares para a educação no século XXI.
Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.
Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.
Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social;
Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante;
Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática;
Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem;
Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto.
ConclusãoPresenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que, ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a essa urgência nacional. Essa é uma tarefa importante e é isso que se espera que o Brasil faça. Temos materiais e idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação.Para mudar nossa história e lograr conquistas, precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da educação.
Sugestão de leituras


DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortezo. p. 89-102.
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

domingo, 8 de maio de 2011

Movimento da Escola Moderna (MEM)

Estratégias de Diferenciação Pedagógica

"As estratégias de diferenciação pedagógica são formas de proporcionar boas aprendizagens a todas as crianças"
Pressupostos do MEM:

* LIVRE EXPRESSÃO - as crianças têm que se sentir bem onde aprendem naturalmente. Deve haver um espaço/tempo livre para aprenderem à sua maneira
* HETEROGENEIDADE - o MEM defende que numa sala se devem concentrar crianças com diversas idades
*INTERROGAÇÃO - mesmo no tempo de brincar vakloriza-se o questionar e tentar descobrir as coisas por si mesmo.

Estrutura Organizativa do Cenário Educativo
O Espaço

*ÁREA DA EXPRESSÃO PLÁSTICA
- Modelagem: deve haver sempre duas opções para que a criança possa escolher) ex: barro, plasticina, pasta de modelar, massas...
- Colagens em 3D (feitas com diversos tipos de materiais de desperdício)
- Tecelagem (valorizado o trabalho individual) materiais: lã, serrapilheira, ráfia etc

* JOGOS
- Jogos da área da escrita
- Jogos da área da matemática

* OFICINA DE ESCRITA (escritório) com materiais como:
- máquina de escrever
- calculadora
- computador
- material de escrita (esferográficas, lápis de carvão, borracha)
- agendas
- textos / grafismos cujas letras possam ser copiadas, etc

* ÁREA DA MATEMÁTICA
- material de matemática: blocos lógicos, barras cruisenaire, geoplano, tangan
- deve permitir os registos de contagem (tazos, caricas, etc)

*ÁREA DAS CIÊNCIAS
- material de medição: arroz, milho, feijão, etc
- material de laboratório: funil, recipientes, varetas, lupas etc
- Animais pequenos: coelhos, tartarugas, caracóis, bichos da seda, joaninhas, pássaros, etc
- Plantas
- material e jogos de electricidade, masnetismo, metereologia

* ÁREA DO FAZ-DE-CONTA
- objectos da "casinha" (alguns, não muitos para não limitar a criatividade)
- instrumentos médicos
- cesta de pic-nic
- mercearia , etc

* BIBLIOTECA
O Tempo
MANHÃ
Nas manhãs, as crianças escolhem as actividades/trabalhos individuais, pares ou pequenos grupos, de acordo com as áreas da sala e com o apoio do quadro de actividades mensal


esta tabela permite que as crianças percebam com clareza quais as actividades que praticam muito e quais aquelas que necessitam de se inscrever com mais frequência.

TARDE (as actividades da tarde devem ser organizadas e negociadas em grupo)
As tardes são vividas em grande grupo, com sessões plenárias de informações e acrividades culturais dinamizadas pelo educador, crianças e/ou convidados à sala.
Exemplos das actividades das tardes:
*culinária - recitas que os meninos trazem de casa por exemplo, e feita preferencialmente em pequeno grupo, enfatizando o processo e não o produto. não esquecer o registo.
* correspondência (troca de documentos/trabalhos entre salas e/ou instituições)
* Dinamização de Histórias
* Jardinagem
* Testemunhos de outras culturas
* Histórias - devem ser trabalhadas e apresentadas sob diversas formas: projector, fantoche, dsenhos, etc de modo a que as crianças tamb+em aprendam a fazer representações sozinhas
* Visitas - devem ser preferencialmente uma vez por semana e podem ser para observar plantas, campos agrículas, cidade e seus jardins ou organização, animais selvagens ou animais de alguém conhecido (criança ou familiar da mesma), observar o rio, praia, loja, museu. enfim, visitar tudo o que possa proporcionar curiosidade e situações de aprendizagem nas crianças. - após da visita recomenda-se o registo da mesma.
* Convidar a família para vir à escola.
* Ginástica, dança e jogos de movimento.

À tarde de sexta-feira reserva-se um momento de reunião destinado a:
-arrumar os trabalhos nas pastas
-analizar quem mais trabalhou, quem tem mais dificuldades em determinada área, o que foi feito e o que falta fazer,
- reflecte-se sobre o que não correu tão bem e combinam-se as regras para se poder viver melhor, as regras têm que ser escritas para ser interiorizadas (curiosidade: funciona melhor escrever "Falar baixinho" em vez de "Não falar alto"),
-eleger o(s) presidente(s) para a próxima semana (funções: dar os chapéus, distribuir o leite, ser porteiro, auxiliar o educador, ir à frente no combóio, etc)
- fala-se sobre o diário, lê-se o que lá está e tenta-se resolver tudo

O diário é de escrita livre durante o período do dia-a-dia ou da semana. O Educador serve de secretário quando necessário. o diário é semanal e tem quatro colunas: o que fizemos, o que não fizemos, o que gostei, o que não gostei.
Dias especiais: há dias especiais que são significativos para a vida do grupo. De vez em quando as rotinas podem ser quebradas para o grupo fazer os preparativos para a festa, organização de uma visita, recepção de convidados etc. No entanto, não ha necessidade de falar sobre o "dia especial" duas semanas antes.
Fonte: Acção de Formação na ESECS a 16/02/2008 pela Drª Teresa Sousa (MEM núcleo Leiria)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

EDUCAR e BRINCAR

O lugar de brincar é tão importante quanto a sala de aula.

Pátio escolar: um lugar de brincadeira e aprendizagem

Estudo mostra que muitas escolas não dão atenção a esse espaço da maneira que ele merece

Ana Paula Pontes

Beto Tchernobilsky
Você talvez ainda se lembre do pátio da escola que freqüentou na infância. Só essa recordação com carinho já sugere o quanto ele significa na vida das crianças. E como é esse lugar no colégio do seu filho? Um estudo, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), atenta para a importância que se dever dar a esse espaço dentro das escolas.

A pesquisa, que avaliou alunos de 3 a 7 anos, mostrou que o local para a brincadeira, em algumas instituições, é o que sobra de uma área construída, sem planejamento específico que possibilite a prática de várias atividades. Em 2006, mesmo ano do estudo, o Ministério da Educação já alertara para esse cuidado ao lançar os “Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil”, com o objetivo de “construir um ambiente físico que promova aventuras, descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem e que facilite a interação entre as crianças, delas com o adulto e o meio ambiente”.

Segundo Odara de Sá Fernandes, psicóloga e autora do estudo, hoje, esse espaço é ainda mais fundamental, uma vez que por questões de segurança a brincadeira na rua quase não existe mais. “O pátio escolar é um local para a criança se desenvolver e se socializar”, diz.