Após ter assistido, no sábado passado, na Escola Superior de Educação Jean Piaget de Arcozelo ao seminário “Os afetos e as relações interpessoais no contexto educativo” proferido pela Doutora Maria João Gaspar, fiz um exercício de reflexão o qual traduz os seus resultados no que escrevo a seguir.
Enquanto profissionais de Educação de Infância temos que combater a visão assistencialista ainda enraizada na actualidade, relativamente à creche e dar-lhe o estatuto de verdadeiro contexto educativo, estruturada sob uma filosofia e princípios de desenvolvimento global da criança.
Não podemos limitar acção educativa à satisfação das necessidades básicas das nossas crianças, como se isso fosse o necessário e suficiente.
Educar na creche é mais do que “dar um bom colo”. Educar, no seu pleno sentido, exige o respeito e a valorização das potencialidades das crianças e a sua formação ao nível de valores sociais, culturais e humanos.
“Educar é realizar a mais bela e complexa arte de inteligência. Educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas. Educar é ter sabedoria e colher com paciência” (Augusto Cury). Estabelecer vínculos afectivos com a educadora, estabelecer relações com outros adultos, criar relações com os pares, expressar emoções, mostrar empatia pelos sentimentos e necessidades dos outros, desenvolver o jogo social, permitem á criança confiar nela própria e nos outros.
Para que este desenvolvimento ocorra, é importante que a criança sinta que é amada que tenha oportunidades para brincar e aprender num ambiente seguro e protector. Só assim é que desenvolve a sua auto-estima, autoconfiança, segurança e capacidade de se tornar independente face aos desafios futuros com que irá confrontar ao longo do seu desenvolvimento.
A Doutora Maria João Gaspar dizia que “educar sem afetos é barrar a alegria de ser criança.
”É fundamental retirar “nós” e criar “laços” para toda a vida.
Rosa Martino