quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Os quatro pilares de uma educação para o século XXI e suas implicações na prática pedagógica
Zuleide Blanco Rodrigues*
O livro Educação: um Tesouro a Descobrir, sob a coordenação de Jacques Delors, aborda de forma bastante didática e com muita propriedade os quatro pilares de uma educação para o século XXI, associando-os e identificando-os com algumas máximas da Pedagogia prospectiva, e subsidia o trabalho de pessoas comprometidas a buscar uma educação de qualidade. Diz o texto na página 89: “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele”.
Segundo Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.
Os pilares são quatro, e os saberes e competências a se adquirir são apresentados, aparentemente, divididos. Essas quatro vias não podem, no entanto, dissociar-se por estarem imbricadas, constituindo interação com o fim único de uma formação holística do indivíduo.
Jacques Delors (1998) aponta como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
A seguir, é apresentada uma síntese dos quatro pilares para a educação no século XXI.
Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.
Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.
Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social;
Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante;
Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática;
Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem;
Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto.
ConclusãoPresenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que, ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a essa urgência nacional. Essa é uma tarefa importante e é isso que se espera que o Brasil faça. Temos materiais e idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação.Para mudar nossa história e lograr conquistas, precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da educação.
Sugestão de leituras
Zuleide Blanco Rodrigues*
O livro Educação: um Tesouro a Descobrir, sob a coordenação de Jacques Delors, aborda de forma bastante didática e com muita propriedade os quatro pilares de uma educação para o século XXI, associando-os e identificando-os com algumas máximas da Pedagogia prospectiva, e subsidia o trabalho de pessoas comprometidas a buscar uma educação de qualidade. Diz o texto na página 89: “À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele”.
Segundo Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.
Os pilares são quatro, e os saberes e competências a se adquirir são apresentados, aparentemente, divididos. Essas quatro vias não podem, no entanto, dissociar-se por estarem imbricadas, constituindo interação com o fim único de uma formação holística do indivíduo.
Jacques Delors (1998) aponta como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
A seguir, é apresentada uma síntese dos quatro pilares para a educação no século XXI.
Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.
Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.
Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes conseqüências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente.
Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como:
Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social;
Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985);
Proporcionar uma relação dialógica com o estudante;
Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática;
Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem;
Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto.
ConclusãoPresenciamos um momento muito importante em nosso país, o da demanda por educação, que, ao crescer, faz com que sociedade e instituições, em uníssono, movimentem-se no atendimento a essa urgência nacional. Essa é uma tarefa importante e é isso que se espera que o Brasil faça. Temos materiais e idéias. É preciso pôr em prática todos os estudos e projetos para a modernização da educação.Para mudar nossa história e lograr conquistas, precisamos ousar em cortar as cordas que impedem o próprio crescimento, exercitar a cidadania plena, aprender a usar o poder da visão crítica, entender o contexto desse mundo, ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade, lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar sempre no poder transformador da educação.
Sugestão de leituras
DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortezo. p. 89-102.
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
domingo, 8 de maio de 2011
Movimento da Escola Moderna (MEM)
"As estratégias de diferenciação pedagógica são formas de proporcionar boas aprendizagens a todas as crianças"
Pressupostos do MEM:* LIVRE EXPRESSÃO - as crianças têm que se sentir bem onde aprendem naturalmente. Deve haver um espaço/tempo livre para aprenderem à sua maneira
* HETEROGENEIDADE - o MEM defende que numa sala se devem concentrar crianças com diversas idades
*INTERROGAÇÃO - mesmo no tempo de brincar vakloriza-se o questionar e tentar descobrir as coisas por si mesmo.
Estrutura Organizativa do Cenário Educativo
O Espaço
*ÁREA DA EXPRESSÃO PLÁSTICA
- Modelagem: deve haver sempre duas opções para que a criança possa escolher) ex: barro, plasticina, pasta de modelar, massas...
- Colagens em 3D (feitas com diversos tipos de materiais de desperdício)
- Tecelagem (valorizado o trabalho individual) materiais: lã, serrapilheira, ráfia etc
* JOGOS
- Jogos da área da escrita
- Jogos da área da matemática
* OFICINA DE ESCRITA (escritório) com materiais como:
- máquina de escrever
- calculadora
- computador
- material de escrita (esferográficas, lápis de carvão, borracha)
- agendas
- textos / grafismos cujas letras possam ser copiadas, etc
* ÁREA DA MATEMÁTICA
- material de matemática: blocos lógicos, barras cruisenaire, geoplano, tangan
- deve permitir os registos de contagem (tazos, caricas, etc)
*ÁREA DAS CIÊNCIAS
- material de medição: arroz, milho, feijão, etc
- material de laboratório: funil, recipientes, varetas, lupas etc
- Animais pequenos: coelhos, tartarugas, caracóis, bichos da seda, joaninhas, pássaros, etc
- Plantas
- material e jogos de electricidade, masnetismo, metereologia
* ÁREA DO FAZ-DE-CONTA
- objectos da "casinha" (alguns, não muitos para não limitar a criatividade)
- instrumentos médicos
- cesta de pic-nic
- mercearia , etc
* BIBLIOTECA
O Tempo
MANHÃNas manhãs, as crianças escolhem as actividades/trabalhos individuais, pares ou pequenos grupos, de acordo com as áreas da sala e com o apoio do quadro de actividades mensal
esta tabela permite que as crianças percebam com clareza quais as actividades que praticam muito e quais aquelas que necessitam de se inscrever com mais frequência.
TARDE (as actividades da tarde devem ser organizadas e negociadas em grupo)
As tardes são vividas em grande grupo, com sessões plenárias de informações e acrividades culturais dinamizadas pelo educador, crianças e/ou convidados à sala.
Exemplos das actividades das tardes:
*culinária - recitas que os meninos trazem de casa por exemplo, e feita preferencialmente em pequeno grupo, enfatizando o processo e não o produto. não esquecer o registo.
* correspondência (troca de documentos/trabalhos entre salas e/ou instituições)
* Dinamização de Histórias
* Jardinagem
* Testemunhos de outras culturas
* Histórias - devem ser trabalhadas e apresentadas sob diversas formas: projector, fantoche, dsenhos, etc de modo a que as crianças tamb+em aprendam a fazer representações sozinhas
* Visitas - devem ser preferencialmente uma vez por semana e podem ser para observar plantas, campos agrículas, cidade e seus jardins ou organização, animais selvagens ou animais de alguém conhecido (criança ou familiar da mesma), observar o rio, praia, loja, museu. enfim, visitar tudo o que possa proporcionar curiosidade e situações de aprendizagem nas crianças. - após da visita recomenda-se o registo da mesma.
* Convidar a família para vir à escola.
* Ginástica, dança e jogos de movimento.
À tarde de sexta-feira reserva-se um momento de reunião destinado a:
-arrumar os trabalhos nas pastas-analizar quem mais trabalhou, quem tem mais dificuldades em determinada área, o que foi feito e o que falta fazer,
- reflecte-se sobre o que não correu tão bem e combinam-se as regras para se poder viver melhor, as regras têm que ser escritas para ser interiorizadas (curiosidade: funciona melhor escrever "Falar baixinho" em vez de "Não falar alto"),
-eleger o(s) presidente(s) para a próxima semana (funções: dar os chapéus, distribuir o leite, ser porteiro, auxiliar o educador, ir à frente no combóio, etc)
- fala-se sobre o diário, lê-se o que lá está e tenta-se resolver tudo
O diário é de escrita livre durante o período do dia-a-dia ou da semana. O Educador serve de secretário quando necessário. o diário é semanal e tem quatro colunas: o que fizemos, o que não fizemos, o que gostei, o que não gostei.
Dias especiais: há dias especiais que são significativos para a vida do grupo. De vez em quando as rotinas podem ser quebradas para o grupo fazer os preparativos para a festa, organização de uma visita, recepção de convidados etc. No entanto, não ha necessidade de falar sobre o "dia especial" duas semanas antes.
Fonte: Acção de Formação na ESECS a 16/02/2008 pela Drª Teresa Sousa (MEM núcleo Leiria)
segunda-feira, 2 de maio de 2011
EDUCAR e BRINCAR
O lugar de brincar é tão importante quanto a sala de aula.
Pátio escolar: um lugar de brincadeira e aprendizagem
Estudo mostra que muitas escolas não dão atenção a esse espaço da maneira que ele merece
Ana Paula Pontes
Você talvez ainda se lembre do pátio da escola que freqüentou na infância. Só essa recordação com carinho já sugere o quanto ele significa na vida das crianças. E como é esse lugar no colégio do seu filho? Um estudo, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), atenta para a importância que se dever dar a esse espaço dentro das escolas.
A pesquisa, que avaliou alunos de 3 a 7 anos, mostrou que o local para a brincadeira, em algumas instituições, é o que sobra de uma área construída, sem planejamento específico que possibilite a prática de várias atividades. Em 2006, mesmo ano do estudo, o Ministério da Educação já alertara para esse cuidado ao lançar os “Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil”, com o objetivo de “construir um ambiente físico que promova aventuras, descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem e que facilite a interação entre as crianças, delas com o adulto e o meio ambiente”.
Segundo Odara de Sá Fernandes, psicóloga e autora do estudo, hoje, esse espaço é ainda mais fundamental, uma vez que por questões de segurança a brincadeira na rua quase não existe mais. “O pátio escolar é um local para a criança se desenvolver e se socializar”, diz.
A pesquisa, que avaliou alunos de 3 a 7 anos, mostrou que o local para a brincadeira, em algumas instituições, é o que sobra de uma área construída, sem planejamento específico que possibilite a prática de várias atividades. Em 2006, mesmo ano do estudo, o Ministério da Educação já alertara para esse cuidado ao lançar os “Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil”, com o objetivo de “construir um ambiente físico que promova aventuras, descobertas, criatividade, desafios, aprendizagem e que facilite a interação entre as crianças, delas com o adulto e o meio ambiente”.
Segundo Odara de Sá Fernandes, psicóloga e autora do estudo, hoje, esse espaço é ainda mais fundamental, uma vez que por questões de segurança a brincadeira na rua quase não existe mais. “O pátio escolar é um local para a criança se desenvolver e se socializar”, diz.
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